janeiro 18, 2008

Blog # 10

Os grandes livreiros de antigamente têm poucos herdeiros. Eles eram capazes de procurar um livro pelo cheiro e de conhecer um título obscuro porque se informavam sobre o seu negócio, que não entregavam a desconhecidos ou à memória do disco rígido. No meio da barafunda, uma notícia reconfortante: na lista das dez mais belas livrarias do Mundo inteiro, o ‘The Guardian’ classificou em terceiro lugar a Lello, do Porto, livraria histórica e ‘das antigas’, sem electrodomésticos. É uma imagem de passado e de suavidade, de penumbra tranquila e de pacificação. Visitá-la é uma obrigação para quem acha que o Mundo não é só isto, uma soma de coisas sem sentido.

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Luís Filipe Menezes defendeu um sistema de “equidade na comunicação”, tentando distribuir comentadores do PS e do PSD pelos canais de TV: um dia fala um, outro dia fala outro, até se atingir um mesmo valor na lavagem aos cérebros. A ideia não é nova mas é absurda. Depois de defender um banco do PS e um do PSD, Menezes avança com a ideia de que a opinião pública fica bem servida com altifalantes de cada um dos partidos defendendo os seus territórios. Ninguém até agora defendeu tão publicamente o Bloco Central dos interesses, dividindo a meias o País e os cargos públicos. É a vantagem.

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- Nelson de Matos lança, em Fevereiro, a editora que levará o seu nome na marca. Para começar, três títulos: um deles de Cardoso Pires, quando passam dez anos sobre a sua morte, no Outono.

- A Ambar continua a edição da obras de Erico Veríssimo: saíram os dois volumes de ‘O Arquipélago’, da saga ‘O Tempo e o Vento’.

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