janeiro 23, 2008

Blog # 13

Para disciplinar a indústria hoteleira, o Governo vai acabar com algumas das 21 designações existentes, como “motel”, “estalagem” ou “pensões”, por exemplo. Trata-se de “civilizar” e de “normalizar” as “unidades hoteleiras”. Quase tudo vai passar a chamar-se “hotel”, como se alterando a designação se mudasse a realidade. De alguma maneira, é um mundo que acaba. Certamente que, se fosse no Brasil, o fim dos “motéis” seria caso de guerra civil, porque aí decorre boa percentagem da sua vida sexual mais divertida. Entre nós, o nome “pensão” evoca um universo de penúria e de humildade que termina, com paredes caindo aos pedaços, escadas sujas e histórias de miséria, solidão e degradação; e também de sobrevivência no fio da navalha. Daqui a uns anos, só haverá “pensões” nos romances e nos arquivos. O Portugal antigo, maneirinho e modesto, vai desaparecendo dos dicionários. O que havia de romantismo nesses nomes fica também entregue à poeira.

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Num discurso pronunciado há quatro anos numa sessão da Cientologia, Cruise perguntou à assistência em delírio: “Devemos limpar o mundo?” A tentação é grande. Há demasiada gente que não vive de acordo com as regras, que não se deita a horas, que tem gostos duvidosos e que se presta à ameaça do colesterol. São um perigo. Somos.

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José Rodrigues dos Santos está a escrever um livro para o Círculo de Leitores e todos os clubes da Bertelsmann.

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A Bertrand lança uma parceria com a Galp para venda de livros nos postos de abastecimento. O projecto chama-se Tangerina e atingirá cem pontos de venda nas estradas portuguesas.

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FRASES

- "Os governos não têm as respostas todas" - Durão Barroso, ontem, no CM

- "Fidel foi eleito. Em Cuba usufrui-se a vantagem de se saber antecipadamente quem é eleito nas eleições" - João Tunes, no blogue Água Lisa

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