fevereiro 08, 2008

Blog # 25

Há um problema com as penhoras ordenadas pela máquina fiscal e executadas pelos bancos. Parece que os bancos se excedem, provando – mais uma vez – essa Santa Aliança entre o Estado e as corporações, que devia deixar os cidadãos preocupados. O problema não é, aqui, o da penhora ou o da demanda fiscal, mas o do excesso de zelo que tem permitido que se fale da ‘máquina fiscal’ como de N. S. de Fátima ou do Euromilhões. Subjacente a tudo está ‘o interesse nacional’, que fornece abundantes desculpas para todos os excessos, do futebol à economia doméstica e à fartura de impostos. O problema é que Portugal não tem grande tradição de defesa nem das liberdades nem dos direitos individuais. Das duas uma: ou há uma aliança entre o pobre capitalismo luso e o governo de que depende, ou se trata de um excesso de zelo. Aí está porque o regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado aflige tanta gente. O Estado descobriu agora que também tem de ser uma pessoa de bem.

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Comemora-se o IV centenário do nascimento do Padre António Vieira, que é o maior prosador da nossa língua. O ministério da Educação, para provar que também tem gente que sabe ler, devia lembrar a figura aos estudantes. Só que um génio assim, como Vieira, envergonha os burocratas que elaboraram aqueles programas de Português.

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- Inês Pedrosa terminou, no Brasil, o seu contrato com a editora Planeta. Já assinou com a Alfaguara.

- Por falar em Brasil, a Globo preparou uma série de emissões sobre os 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa (que decorrem este ano). E em Portugal?

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