fevereiro 18, 2008

Blog # 31

O PS considerou que o protesto de 150 almas à porta da sua sede em Lisboa (onde Sócrates vinha reunir-se com professores socialistas) não passou de “comportamento estalinista e antidemocrático”. Os tempos mudam, mas convém alertar os serviços de propaganda socialista contra certos descuidos de linguagem. O protesto de rua pode ser incómodo mas é um património das sociedades democráticas; a questão está na relação com a rua. Quando o PS ganhou as eleições em Lisboa, a televisão mostrou populares de Ponte de Lima a festejar diante do Hotel Altis; era a festa na rua. Sócrates vai à sede do partido e as pessoas juntam-se a vaiá-lo; é o protesto da rua, até porque o PS não tem jurisdição sobre o Largo do Rato. Ora, governar é também enfrentar a rua e aceitá-la, seguindo caminho independentemente do ruído da multidão, organizada ou destrambelhada. Não se podem querer ambas as coisas: a rua e, ao mesmo tempo, o governo. Isso sim, seria estalinista e antidemocrático.

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Marco António Costa, vice de Menezes em Gaia, acha que os militantes do PSD que organizam debates para reflectir, entre outras coisas, sobre o destino do partido, “não têm um pingo de vergonha”. Para Marco António, o ideal seria ter vergonha de pertencer ao PSD mas ficar caladinho à espera da revelação divina no seio do partido.

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“Não é adequado protestar à porta de um partido. Achamos mal.”
Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, ontem no CM.

“A organização de um Mundial de futebol traria muito mais vantagens do que inconvenientes.” Vital Moreira, Causa Nossa

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- Eduardo Pitta vai dirigir um espaço de crítica e informação literária na net, com o endereço ‘Pt.net’.

- ‘Grandes Ideias Impossíveis de Provar’ (edição Tinta da China), tem prefácio de Ian McEwan e trata de intuições que são verdadeiras apesar de não terem sido provadas. Fascinante.

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