fevereiro 28, 2008

Blog # 39

Uma equipa de investigadores de uma universidade britânica está a deixar em pânico a indústria farmacêutica, nomeadamente os fabricantes de antidepressivos como o Prozac, o Seroxat ou os genéricos de fluoxetina, que em Portugal vendem cerca de seis milhões de embalagens por ano. O que dizem eles? Que os doentes “moderadamente deprimidos” não notam a diferença entre serem tratados com antidepressivos ou com placebos. O que é um placebo? Tudo. No caso, pode ser um comprimido de água, farinha e açúcar. O importante é que o doente pense que está a tomar um medicamento e que melhorará o seu estado de saúde. O género humano vive de substituições: um amor por outro, um gesto por outro, uma palavra por outra. O importante é que se acredite que a promessa de redenção e de felicidade se mantém, original e intacta. Imaginando que este estudo tem pernas para andar, iremos assistir a outra etapa: psicanalistas, psicólogos e terapeutas terão a vida mais difícil.

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O preço do pão pode aumentar 50%. Há uns anos faria muita diferença; mas o País que sobrevivia a pão e sardinha já não existe e hoje evita hidratos de carbono para não prejudicar a linha. Se no séc. XVIII Maria Antonieta recomendou ao povo que comesse brioches por não ter pão, hoje diria que comessem bolachinhas. De dieta.

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Está aí ‘A Sala Magenta’, de Mário de Carvalho (edição Caminho). Leiam. Mário de Carvalho é um dos nossos melhores escritores.

O novo livro do moçambicano Mia Couto sai antes da Feira do Livro. É outro dos grandes lançamentos da Caminho.

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FRASES

"Mas ninguém fala? Tem de ser a velha a falar?" Simone de Oliveira, ontem, no CM

"O Bosingwa faz muita falta mas o cérebro faz muito mais." Segismundo, no blogue Albergue dos Danados

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