março 03, 2008

Blog # 41

Aestação de serviço onde ontem à tarde meti gasolina tinha sido palco de tiroteio durante a noite. Um fulano vai tomar café e leva um tiro. Há tiroteios a mais, começa a haver homicídios a mais? Nisto, como em outras coisas, Portugal não tem estatísticas que no minuto seguinte não se desmintam – basta seguir a novela dos ‘números do crime’. Começam a ser preocupantes, mas as autoridades pensam que ficamos mais descansados quando relativizam a sua frieza. Ou não estavam incluídos os de carjacking, ou porque a PJ mudou de carrossel, ou porque a ‘pequena criminalidade’ era da PSP – há sempre um grão de areia a atraiçoar a estatística. Mesmo assim, de cada vez que uma onda de crimes sobe à primeira página dos jornais, aparece alguém a pedir “acção firme” ou uma “audição parlamentar”. Ou alguém a dizer que “isto é pior do que o Brasil”. A ideia de que Portugal era um paraíso com melros a cantar nas oliveiras já se foi. Resta pouco desse retrato. Tenham cuidado.

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Uma das características desta ‘revolta dos professores’ é a sua origem fora da órbita sindical. Seria uma pena se os sindicatos e o PSD passassem como promotores da onda de protesto. É que os sindicatos não querem dar um passo em frente; e o PSD é responsável por vários passos atrás. Ambos estiveram no poder. Deixaram marcas.

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Quinta-feira, na Casa Fernando Pessoa, é lançado o livro de Luís Carmelo, ‘A Expressão na Rede: O Caso dos Blogues’ (Magna Editora) com apresentação de Eduardo Pitta. A seguir, há debate sobre blogues com Carla Hilário Quevedo, Isabel Almeida Santos, Pedro Rolo Duarte e Vasco M. Barreto. É às 18h30. E promete.

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FRASES

- "Como ministro da Comunicação Social é um incompetente, não sabe o que anda ali a fazer" Emídio Rangel, sobre A. Santos Silva, ontem no CM

- "A lésbica inteligente passou o tempo a explicar à lésbica burra as minudências do filme. Até lhe explicou que Teerão era a capital do Irão" Ana, no blogue Ana de Amsterdam

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