agosto 20, 2008

Blog # 163

Ricardo Quaresma não é apenas um jogador do FC Porto – ele é um artista no meio do futebol de régua e esquadro que os burocratas querem promover a todo o custo. Inconstante, extravagante, mau-feitio – e muito perto do talento puro, o do bandoleiro que de repente começa a dançar no meio do relvado e consegue passes estranhos, trivelas fantásticas. Esse mau-feitio prejudica-o, tal como a ambição fora de tempo. Nada disso o impede de figurar no quadro de honra. Jogadores como ele sentem-se bem no palco da tragédia, que é o do jogo de vida e morte. É um prazer vê-lo jogar; basta dar-lhe um mínimo de confiança. No flamenco, ele é um bailador que também canta, ora a solo, ora em coro mesmo quando desobedece. Vê-lo escondido, no balneário, de castigo – é um desaforo que não mereço.

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Boa novidade para a rentrée: o novo romance de João Tordo (autor de 'Hotel Memória' e de 'O Livro dos Homens sem Luz') sai já em Setembro – é uma das melhores vozes da ficção portuguesa. O título: 'As 3 Vidas' (edição Quid Novi).

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FRASES

"Ainda o vi sair de cima do meu filho com a espingarda." Benvinda Pereira, mãe de Marco, ontem no CM.

"Fico deslumbrado quando alguém explica a tradição do Uzbequistão no lançamento do martelo feminino." Rodrigo Moita de Deus, no blogue 31 da Armada.

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