janeiro 26, 2009

Blog # 274

O problema é este: a indústria jornalística da corrupção é tão produtiva que não sabemos distinguir uma suspeita de uma investigação real. Habituámos a ambas, às suspeitas e às investigações – e não damos grande crédito a qualquer delas, porque os resultados são mínimos. Isto é mau para a democracia, ou seja, para a sanidade da República. Daqui a alguns anos, por este caminho, uma suspeita há-de ser suficiente para se armar um escândalo público; e uma investigação judicial há-de ser tão desvalorizada como um golo num estádio português diante de um árbitro medíocre. Portugal habituou-se a viver no meio da falta de credibilidade nos negócios, na política, na justiça. A palavra de ordem, num país onde o carácter e a aldrabice não conhecem fronteiras, é "desconfiar sempre".

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"Os Intelectuais", de Paul Johnson (Guerra e Paz) é um livro de leitura obrigatória. A lição é esta: não confie nos intelectuais. Por detrás de uma boa ideia há um carácter desprezível e um ser que nunca sentaríamos à nossa mesa.

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FRASES

"Sobretudo em época de crise, de dificuldade, as pessoas são vulneráveis a pressões." Paulo Mota Pinto, ontem no CM.

"Há probabilidades de ter tido, na noite passada, um sonho homoerótico com Medeiros Ferreira." Rogério Casanova, no blogue Pastoral Portuguesa.

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