janeiro 28, 2009

Blog # 276

País de plástico e de acrílico. É isto que somos. Veja-se o relatório da DECO sobre o estado dos 'lares de idosos': insegurança, más condições e tristeza. No Portugalinho moderno, jovem, divertido, os velhos contam pouco; a linguagem oficial chama 'idosos' aos velhos e dá o nome de 'casas de acolhimento' aos lares – mas só muda os nomes, porque a indiferença, a insensibilidade e a ingratidão estão lá na mesma, aguardando que os velhos partam de vez sem incomodar as famílias. E para que se hão tratar bem os velhos? Precisamente porque um país que não trata bem os velhos não é bem um país: é uma coisa miserável que desconhece a gratidão e o conforto. O Estado, que gasta milhões a apaparicar os 'jovens', cada vez mais egoístas e arrogantes, devia pensar um pouco nos nossos maiores.

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Já está, já está impresso e pronto a sair para as livrarias: 'Ofício Cantante', de Herberto Helder, reúne toda a poesia do autor (edição Assírio & Alvim), incluindo títulos esgotados: 4500 exemplares e capa com pintura de Ilda David.

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FRASES

"As pessoas não dão importância, vai acabar por não dar em nada. É publicidade gratuita." Sandra Borges, lojista do Freeport, ontem no CM.

"Não sei como é que fui nascer portuguesa. Eu que lhes tenho um pó que nem sei." Isabela, no blogue O Mundo Perfeito.

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