fevereiro 02, 2009

Blog # 279

James Joyce nasceu há 127 anos. Cumprem-se hoje. O seu 'Ulysses' faz parte do conjunto de monumentos da nossa cultura, seja ou não de difícil leitura – é a narração de uma aventura pelas ruas de Dublin, mas a cidade é um território simbólico, peregrinando sem cessar das oito da manhã às duas da madrugada. O livro anuncia uma espécie de desordem na literatura e na vida, como trezentos anos antes o fazia o 'Tristram Shandy', de Sterne, romance dos romances, livro fundamental. E como antes o fazia Cervantes com o seu Quixote. A nossa história é a história desses livros (como 'O Monte dos Vendavais', de Emily Brontë), mas não o sabemos. Livros assim completam a nossa ideia do mundo, inventam os nossos desamores e os nossos temores, a solidão e a perturbação de leitores distraídos.

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Os tempos que vivemos lembram-me um livro: 'Agosto', de Rubem Fonseca, um dos grandes recriadores da língua portuguesa (edição Campo das Letras). É um romance sobre a mentira, a política e a corrupção autêntica. Podem lê-lo e relê-lo.

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FRASES

"A legislação deve ser feita para o País em concreto, que é o nosso, e não para utopias." Cavaco Silva, ontem no CM.

"As violações do segredo de justiça fazem parte do espectáculo, são activos valiosos do negócio." Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado.

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