março 02, 2009

Blog # 299

A vida das cidades traduz-se em tudo – no cinema, na literatura, na música, nas ideias que produziu, nos romances que suscitou, nas pessoas que a amam e que a não dispensam. O Rio de Janeiro assinalou ontem 444 anos de vida. Eu poderia dizer que se trata da minha cidade, mas seria pouco: o Rio é o retrato mais forte da beleza impura. Fundada por portugueses, cresceu contra nós para se tornar aquilo que é – bela, cosmopolita, rica, miserável, canalha, bela, limpa, suja, romântica, erótica, festiva, melancólica. A corte portuguesa, fugitiva, emprestou-lhe poder; mas a graça, a beleza, a alegria e a malandrice, vieram depois, com a imigração massiva, a misturança e o orgulho – ela é aquilo que nós poderíamos ter sido se não tivéssemos sido aquilo que fomos: uns aborrecidos.

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S. Paulo é um dos personagens trágicos e estranhos do cristianismo. Mas também o mais poderoso e o seu fundador por excelência. O romance ‘Paulo de Tarso na Estrada de Damasco’, de Walter Wangerin (Presença) dá-lhe voz e densidade.

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FRASES

“O esfregaço erótico-vitimizante deste fim-de-semana em Espinho foi inútil e lamentável." Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado.

“A minha surpresa não é menor do que a vossa." Vital Moreira, candidato do PS às eleições europeias, ontem no CM.

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