março 26, 2009

Blog # 317

Ontem, a CP encerrou as linhas do Corgo e do Tâmega sem avisar ninguém. Contava com o silêncio de todos e fê-lo pela calada, desprezando toda a gente. Mas a culpa não é da CP; é, antes, de todos os pacóvios que transformaram o país num tapete de asfalto, bom para a camionagem, para as empresas de obras públicas e para o consumo de gasolina. Em vez de investir em comboios e serviços decentes para passageiros e mercadorias, os sucessivos governos destruiram um património secular e uma parte da nossa geografia cultural – tudo em nome das ‘grandes obras’ e do ‘grande dinheiro’. Hoje há pouco a fazer. Há alcatrão, cimento, camionagem e gasóleo. Tudo caro. Os comboios portugueses inventaram um país, povoaram-no, desenharam a nossa geografia. Era um país mais bonito do que este.

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A D. Quixote publicou uma nova edição de ‘O Espião que Saiu do Frio’ (tradução de Teixeira de Aguilar), com prefácio de John Le Carré. Não dormi toda a noite para rever este personagem, Alec Leamas, e uma aparição de George Smiley.

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FRASES

"[O Magalhães continha] conteúdos que não tinham sido verificados pelo Ministério da Educação.” Ministra da Educação, ontem, no CM Online.

"Tive um sonho molhado em que o provedor de justiça era o Octávio Machado." Pedro Vieira, no blogue Irmão Lúcia.

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