abril 13, 2009

Blog # 329

Eu gostaria de ter conhecido María del Socorro Tellado López mas não saberia por onde começar a conversa – se pelos 400 milhões de livros vendidos, se pelo argumento de ‘Aposta Atrevida’, se pelo desprezo que lhe votavam. Corín Tellado morreu anteontem, mas os seus leitores tinham morrido antes. Ela não fazia apenas parte de um mundo de histórias, enredos românticos, casamentos destroçados e sonhos de subúrbio (com erotismo e ascensão social) – ela era esse mundo. Corín Tellado era uma marota. Trouxe para as suas novelas os sonhos de gente irrisória que, de outro modo, não reconheceria as suas próprias histórias. Nunca bebeu o champanhe das famosas escritoras ‘light’ e a censura franquista proibiu-lhe livros e cortou-lhe muitos capítulos. Vai hoje a enterrar, nas Astúrias.

***

O título, ‘Transparência. Como os Líderes podem criar uma Cultura de Sinceridade’, pode ser excessivo, mas o livro de Warren Bennis, Daniel Goleman e James O’Toole (Gradiva) ajuda nestes dias ao debate sobre a condição do poder.

***

FRASES

"Ao Fisco não interessa como gastam o dinheiro, mas sim como ganharam esse dinheiro." Vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, ontem no CM.

"A hegemonia do Natal sobre a Páscoa é reveladora: vivemos em sociedades que não toleram a dor." Henrique Raposo, no blogue Clube das Repúblicas Mortas.

Etiquetas: