abril 28, 2009

Blog # 340

Em poucas palavras, a ‘The New Yorker’ traça um retrato – de largo, para caber mais coisa – de António Lobo Antunes. E, comparando-o com José Saramago, chama-o "obsessivamente local", português (e ocupado com Portugal), em contraste com o autor de ‘Memorial do Convento’, que escolhe lugares imaginários e não identificados. Saramago está preocupado com ‘o universal’, é mais ‘parabólico’, piscando o olho à humanidade inteira; Lobo Antunes, diz o articulista, segue a lição de ‘Dedalus’, o personagem de ‘Ulysses’, de James Joyce. Trata-se de um elogio. Obsessivamente locais foram Flaubert e Dickens, Tolstoi e Roth – ou até o aborrecido Faulkner. Provavelmente não havia nada tão local como o ‘Quixote’, quando Cervantes escrevia. E faz bem às pessoas lerem coisas sobre Portugal.

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João Luís Barreto Guimarães é um dos nossos grandes poetas – o novo livro, ‘A Parte pelo Todo’ (Quasi): "Um dia/depois de tombar plantámo-lo/num metro de terra talhado à terra dura/da terra onde nasceu. Ainda não cresceu nada."

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FRASES

"Pessoas com pouca preparação e alguns deles com interesses até um pouco suspeitos." Mário Soares, falando sobre os políticos actuais, ontem, no CM On-line.

"Rui Rio, o poeta do rigor, anda numa fona a desmarcar-se de Manuela Ferreira Leite (....)". José Medeiros Ferreira, no blogue Bicho Carpinteiro.

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