junho 18, 2009

Blog # 377

José Calvário passou da música clássica para o jazz e para o pop antes de se ficar na chamada ‘música ligeira’. É daí que o conhecemos melhor, de canções que ficaram na memória da rádio, como ‘E Depois do Adeus’, ‘Festa da Vida’ ou ‘Flor Sem Tempo’ – não foi apenas um dos maiores compositores do século xx português, mas serviu sobretudo composições de outros, cumprindo o destino daquilo que a música ligeira chama “arranjador”, que requer humildade, talento e disciplina. De uma maneira ou outra, toda a música ligeira lhe deve uma vénia. E mais do que isso, uma homenagem ao homem que soube traduzir ‘música nova’ em ‘música nossa’. Sem ele, os sons portugueses dos anos setenta e oitenta seriam perigosamente maus. Com ele, uma parte do nacional cançonetismo foi derrotada.

***

O novo romance de Mia Couto, ‘Jerusalém’ (Caminho), espreita as livrarias já no final deste mês – Jerusalém é uma terra em África, onde ‘Jesus havia de se descrucificar’, como se diz no primeiro parágrafo. Guardai-vos, leitores.

***

FRASES

"Ninguém pode certificar que Mousavi é muito melhor que Ahmadinejad." Fernanda Câncio, no blogue Jugular.

"Gastaste em seis meses o que juntei em dez anos." Isaltino de Morais, citado numa conversa com o seu sobrinho na Suíça, ontem, no CM.

Etiquetas: