junho 25, 2009

Blog # 382

Parece que o Ministério Público mandou arquivar a queixa do primeiro-ministro contra João Miguel Tavares, autor de uma crónica (no DN) que José Sócrates considerou ofensiva – mas que este despacho considera inserir-se “no direito à crítica”. O primeiro-ministro tinha todo o direito de queixar-se aos tribunais mas é bom que a justiça reconheça que não basta “não gostar dos termos” em que um texto é escrito para avançar com uma queixa. Grande parte da crónica política e jornalística do século XIX faria os tribunais de hoje entrar em colapso; Fialho, Eça, Camilo bastariam para escandalizar a respeitabilidade frágil dos políticos e acabariam presos. Mas também o bom-senso explica que a política não apenas é um bom alvo como merece ser alvejada. Quem vai à guerra, dá e leva.

***

Regresso de Erik Orsenna, o autor de ‘Exposição Colonial’, com um romance em capítulos curtos, densos, sobre a arte de traduzir: ‘Dois Verões’ (Teorema) – uma ilha imaginária onde vêm ter todos os livros que valem a pena.

***

FRASES

"O BCP continua a roubar ainda hoje em dia, posso provar..." Joe Berardo, ontem, no CM-online.

"Quando estudava, ensinavam que os tribunais administravam a justiça. Agora administram calendários." João Gonçalves, no blogue Portugal dos Pequeninos.

Etiquetas: