julho 28, 2009

Blog # 405

Ele assumiu o corte entre a dança e as outras artes de uma forma especial: colaborando. Mas assumindo que a dança não representaria nenhuma delas – nem a música, nem a arquitetura, nem a pintura. A noção de que “uma coisa representa outra” é uma das ideias essenciais das “artes clássicas”, para não perder a sua referência ao “mundo real”. Nada disso existe na obra coreográfica de Merce Cunningham: a música desenvolve-se à parte, como outro discurso, e os bailarinos não estão no palco para interpretá-la ou para servi-la. Esta autonomia pode não ser ideologicamente “agradável” – não era isso que ele queria, e sim procurar o fio invisível que liga a geometria do mundo, uma espécie de utopia dos grandes artistas. Aos 90 anos, a morte de Merce Cunningham relembra essa utopia.

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Para assinalar a queda do Muro de Berlim, a Bertrand vai publicar em finais de Outubro ‘O Mundo Perdido do Comunismo - História Oral do Quotidiano do Outro Lado da Cortina de Ferro’, de Peter Molloy, histórias recolhidas na ex-RDA.

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FRASES

"É o primeiro país em que todos podem ter um computador independentemente do seu nível económico." José Sócrates, ontem, no CM-online.

"Barece que Baduela Ferreida Leite esdá co gripe." Manuel Jorge Marmelo, no blogue Teatro Anatómico.

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