setembro 23, 2009

Blog # 445

Sigmund Freud morreu há setenta anos, a 23 de Setembro de 1939. O pai da psicanálise não pode ficar reduzido à psicanálise – além disso, Freud foi um notável escritor. E, além de notável escritor, viu como poucos o que se escondia atrás dos nossos medos e dos nossos sonhos. A simplificação da sua obra não faz justiça ao seu génio, que também se dedicou a explicar como adoecemos quando nos falta amor. O Ocidente, que precisava de uma desculpa, tentou reduzir quase tudo ao sexo – mas Freud sustentava, como um profeta, que às vezes um uma palavra era só uma palavra. Grande parte dos seus argumentos têm a ver com a literatura, com os clássicos (dos gregos a Shakespeare, passando pelos sábios do judaísmo) e com o nosso desejo de felicidade. Não era um cientista. Era um poeta.

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Notícia a guardar e a festejar: ‘Underworld’, de Don DeLillo (originalmente publicada nos EUA em 1997, com mais de oitocentas páginas), terá tradução portuguesa na Primavera de 2010. Edição da Sextante. Parabéns a João Rodrigues.

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FRASES

"Ninguém de bom senso pode desejar os pilares do regime enfraquecidos." Octávio Ribeiro, ontem, no CM.

"Ainda a procissão vai no adro e os apressados vão ter de esperar." Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado.

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