outubro 02, 2009

Blog # 452

Tenho na minha frente os primeiros capítulos de ‘Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?’, o novo romance de António Lobo Antunes (edição Dom Quixote) – e noto a sua permanência no domínio da melancolia. Agrada-me isso, um autor que insiste, que regressa, que enfrenta os seus fantasmas. É o mesmo autor que, em entrevista ao jornal ‘Folha de São Paulo’ diz que se trata de “um livro óptimo para dar um trabalhão à crítica”. Lobo Antunes “queria fazer um romance à maneira clássica, que destruísse todos os romances feitos desse modo”. Temos um Lobo Antunes preocupado com a crítica, ou apenas interessado em afirmar a singularidade do seu livro? Não é bom sinal, porque um livro deve dar um trabalhão aos seus leitores e, sobretudo, deve dar um trabalhão ao seu autor.

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Autores que passam por nós, exatamente. Autores que regressam. Autores como Tomás da Fonseca, de que a Antígona publica o iconoclasta e imperdível ‘Na Cova dos Leões’. Iconoclastas, é uma maneira de dizer. Importante e perseguido, isso sim.

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FRASES

"Se há aí alguém interessado em promover a restauração da monarquia, este é o momento, rapazes." Lourenço Cordeiro, no blogue Complexidade e Contradição.

"As amostras analisadas correspondem, sem dúvida, ao crânio de uma mulher." Linda Strausbaugh, que investigou os restos mortais de Adolf Hitler. Ontem, no CM.

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