outubro 06, 2009

Blog # 454

Amália Rodrigues morreu há dez anos. Na lista de nomes que a eternidade tocou, mesmo ao de leve, o seu está lá – pela voz, mas também pelo que representa para além do fado. Transformá-la em mito foi fácil, uma vez que já o era em vida com as suas canções, a sua travessia da história, a sua fama. Dez anos depois, o fado ressurgiu com novas vozes, algumas de grande brilho; parte deste “novo fado” tem uma marca de homenagem à mulher que melhor o interpretou e que fez dele o que quis e o tratou como uma segunda pele. Há entre o fado e o nosso temperamento uma relação de infidelidade: por um lado, queremos escapar à melancolia extrema e trágica da “canção nacional”; por outro, nada explica tão bem a melancolia portuguesa como essa dolência que Amália personificou e eternizou.

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Reinhard Mohn, fundador da Bertelsmann, morreu anteontem. Foi um visionário e um recriador da edição europeia, o homem que imaginou os ‘clubes do livro’. Sem ele, a história do livro no século XX seria muito menos interessante.

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FRASES

"Com metade do orçamento ficámos quatro anos à frente do Benfica." J. E. Bettencourt, presidente do Sporting. Ontem, no CM.

"A minha mãe diz que só escrevo sobre sexo." Mónica Marques, escritora, no blogue Sushi Leblon.

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