outubro 16, 2009

Blog # 462

As histórias vêm de lugares estranhos. Em França, foi descoberto em Poissy, nos arredores de Paris, o corpo de um emigrante. Estava mumificado, sentado numa cadeira há cerca de dois anos. Viveu naquela casa cerca de seis anos – tempo suficiente para que alguém o procurasse ou desse com ele. Nenhuma dessas coisas aconteceu. Em França, no início do Verão, são abandonados cerca de mil velhos por ano, para que morram sem incomodar as famílias que vão de férias. Este português também foi esquecido – pelos seus e pelos outros. É uma história trágica, de romance, que funciona como um sinal dos tempos: as pessoas podem esconder-se ou serem escondidas e esquecidas. Há quem venha agora falar da solidão e da velhice. Não é bem. É só uma vida difícil, uma vida sem sentido.

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Olivier Rolin na Sextante: no final do mês seguirá para as livrarias ‘Um Caçador de Leões’, romance inspirado num quadro de Manet existente no Museu de Arte Moderna de S. Paulo. O cenário oscila entre Paris e a Patagónia. E promete.

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FRASES

"Para falarmos de justiça com frieza, devíamos ter conseguido a qualificação directa." Eduardo, guarda-redes da seelcção. Ontem, no CM.

"A chuva e o frio são, bem ia Hegel, decididamente civilizadores." Filipe Nunes Vicente, no blog Mar Salgado.

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