outubro 26, 2009

Blog # 468

Nos últimos dias falou-se muito de religião e de Deus. São coisas diferentes, como se sabe – Deus vive no meio do deserto e não tem nome, nem sombra, nem destino. O seu caminho está coberto pela poeira que esvoaça diante das muralhas que as religiões construíram. Não seremos melhores sem Deus; não seremos piores sem religião organizada. Mas seremos mais infelizes ou incompletos se ficarmos mudos a esse apelo do indizível, do invisível, do deserto. Um instante que seja, uma vez na nossa vida. O nosso mundo explica tudo com grande limpeza e tem uma grande vontade de “transparência”; temos universidades, laboratórios, instrumentos, medições – o que falhou, então, para que se oiça tantas vezes essa voz muda que atravessou séculos de dúvida? Incertos – é isso o que somos.

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Uma das obras mais surpreendentes, estranhas e, ao mesmo tempo, ignoradas da poesia contemporânea: a Assírio e Alvim rende homenagem a Adília Lopes publicando ‘Dobra’, que reúne a sua obra poética num só volume. Para anotar.

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FRASES

"A haver um atentado, não vai ser aqui. Portanto, os portugueses podem ficar tranquilos." José Rodrigues dos Santos, ontem, no CM.

"A última coisa de que o PS precisa são tribunais a funcionar." Luís M. Jorge, no blogue Vida Breve.

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