janeiro 27, 2010

Blog # 532

Em ‘O Fiel Jardineiro’, John Le Carré elege a indústria farmacêutica como o demónio omnipresente, omnisciente e malévolo. O atual debate sobre a Gripe A (existiu, não existiu?) lembra um pouco essa demonologia – que a indústria farmacêutica é capaz das piores torpezas. Certamente, é capaz de muitas. Mas a OMS, um organismo da ONU, não pode ser poupada com ligeireza e amenidade. Primeiro, espalhou o terror e o alarmismo, falando de mortos aos milhões. Depois, insistiu – quando já tinha dados para duvidar. Os governos, empurrados pelas previsões, montaram centrais de propaganda anti-catástrofe e hoje devem sentir-se envergonhados. Como se vê, o medo é uma ciência dos tempos de hoje, intimidando-nos com um simples espirro. Na dúvida, lança-se o alarme. Nunca falha.

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A Máquina de Fazer Espanhóis’ é o novo romance de Valter Hugo Mãe (Alfaguara), autor do maravilhoso ‘O Nosso Reino’. Ainda só li os capítulos 5 e 17, por motivos pessoais – e agora recomeço no capítulo 1, até ao fim. Façam isso.

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FRASES

"O défice vai ficar igual. A direita, contra tudo o que tem dito do despesismo, cala e consente. Perde a face." J. Castro Caldas, no blogue Ladrões de Bicicletas.

"Foram considerações inadequadas para um primeiro-ministro." José Carlos Castro, acerca das declarações de Sócrates sobre a TVI. Ontem, no CM Online.

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