fevereiro 11, 2010

Blog # 543

Todos os governos tentam, de alguma forma, condicionar os jornais e os jornalistas. Nessa matéria, todos os partidos portugueses têm telhados de vidro e um historial que não abona a seu favor. Em primeiro lugar, essa tentação empobrece a democracia e o debate livre; depois, destrói a confiança dos cidadãos. O poder tem custos que convém ter em conta; um deles é suportar a crítica da imprensa e a sua vigilância permanente e até injusta. Manda a decência que entre os dois mundos exista uma separação clara. O poder torna-se absoluto quando reconhece que não lhe basta o seu direito a comunicar através dos canais institucionais e pretende garantir um lugar ao sol na imprensa. O jogo da democracia torna-se desigual, mesmo se as intenções são generosas. E quase nunca são.

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O caboverdiano José Luiz Tavares é uma das grandes vozes da poesia de Língua Portuguesa e o autor de ‘Cidade do Mais Antigo Nome’, com fotografias de Duarte Belo (Assírio & Alvim) – sobre a primeira capital do arquipélago de Cabo Verde.

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FRASES

"O governo não controla nenhum órgão de comunicação – nem sequer a televisão pública." Vital Moreira, no blogue Causa Nossa.

"Sócrates abriu guerras patéticas contra jornalistas, mostrando uma imprudência impensável." Domingos Amaral, ontem, no CM.

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