março 05, 2010

Blog # 558

Foi o idealismo dos seguidores de J. J. Rousseau que permitiu o suicídio de Leandro, um miúdo de 12 anos que se atirou às águas do Tua, em Mirandela, depois de ter sido humilhado e agredido por colegas seus. Para designar o fenómeno criou-se o conceito de ‘bullying’, que não é bastante nem ajuda a explicar por que razão a humilhação de colegas, na escola, se tornou tão preocupante. Os leitores de Rousseau, tal como o filósofo, acreditam na bondade dos ‘indivíduos’ e supõem que a sociedade os decompõe (os ‘indivíduos’ são sempre vítimas e, por isso, os agressores de Leandro já têm o correspondente apoio psicológico, que ele não teve). Não acreditaram que os ‘indivíduos’ eram capazes de aterrorizar de tal maneira um seu semelhante ao ponto de o levarem ao suicídio.

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A Ulisseia reeditou, exatamente conforme a edição original de 1960 (tradução por Maria Lamas, capa dura com tela de linho, grafismo de Sebastião Rodrigues), ‘Memórias de Adriano’, de Marguerite Yourcenar. Uma viagem no tempo.

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FRASES

"Os limites da privacidade de cada um só podem ser estabelecidos pelo próprio." Afonso Ferreira, no blogue Um Homem na Cidade.

"Confesso que nunca ouvi falar de um caso assim." José Garrucho, psicólogo, sobre o jovem violador de 14 anos, que frequenta o 6.º ano de escolaridade na Moita. Ontem, no CM.

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