maio 05, 2010

Blog # 601

Pelo blogue de José Milhazes fiquei a saber que as tintas Robbialac propõem no seu catálogo o “vermelho Estaline”. Fui ver e lá está, ao lado do “vermelho baton”, do “vermelho paixão” e do “vermelho fogo” – o “vermelho Estaline”, ao lado do “vermelho Rússia”, que está muito próximo do “púrpura Vaticano”. É mais do que uma inovação: é alta poesia destinada a famílias esquerdistas, um mercado ideológico que merece atenção. Não sei se a marca de tintas criará o “verde Pinochet”, o “vermelho Khmer”, o “verdete Mao” ou o “castanho Mussolini” ao lado do “vermelho Guevara”, mas a coisa pode pegar. Um dia alguém vai pedir a cor preferida de Hitler, que deve ser o cinzento, a mesma de Kim Il-Sung ou dos generais romenos. Não diremos que vamos pintar uma casa; estaremos a manchá-la.

***

Biografias breves e fulgurantes, um olhar perspicaz, vivíssimo – o de Maria Filomena Mónica em ‘Vidas’, o seu novo livro (Aletheia) sobre portugueses que conhecemos ou ignoramos. Absolutamente indispensável.

***

FRASES

"O país não tem tempo nem pachorra para mais generalidades ideológicas." Luís M. Jorge, no blogue Vida Breve.

"Quem não me conhece fica com uma ideia completamente errada de mim." Armando Vara, ontem, no CM.

Etiquetas: