maio 27, 2010

Blog # 617

Ben Kingsley quer adaptar ao cinema ‘O Primo Basílio’, de Eça de Queirós. É uma notícia que interessa, não por ‘patriotismo’. É por causa da literatura, cujo espaço nas escolas tem sido cada vez mais reduzido – sobretudo o dos clássicos, desalojados para dar lugar a livros moderninhos que ainda não enfrentaram o tempo nem a sua poeira. Eça é um génio (como Camilo, como Machado de Assis) da literatura da nossa Língua. Que venha um ator de Hollywood relembrar-nos que as escolas portuguesas leem cada vez menos clássicos e se entretenham com gramática e “comunicação”, é uma coisa que deveria fazer pensar os responsáveis. Mas está lá alguém disponível? Não. Em vez de livros, distribuem computadores Magalhães – que, aliás, não funcionam e vão parar à sucata. É o destino.

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São 580 páginas, mas valem bem o esforço. Trata-se de ‘O Escriturário Indiano’, de David Leavitt (Teorema), um romance sobre um misterioso matemático indiano que desafia a lógica dos matemáticos de Cambridge. Sai no próximo mês.

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FRASES

"As nossas famílias são espaço frequente de violência." Teresa Magalhães, do Instituto de Medicina Legal (Porto), ontem, no CM.

"Portugal já não é o país dos engenheiros macromonetários que agora dão aulas de saudosismo." J. Adelino Maltez, no blogue Albergue Espanhol.

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