julho 05, 2010

Blog # 643

Parece que, este ano, uma boa parte das autarquias irá cortar no financiamento dos arraiais. Compreende-se: há menos dinheiro e não se podem falsificar as contas. Através das câmaras, o Estado tem financiado a “indústria musical” portuguesa durante o Verão – da “música pimba” ao rock e ao hip-hop. Não é sua função. Há uns anos, quando se pedia IVA mais reduzido para os livros, várias vozes defenderam que não havia diferença entre o IVA dos DVD e o dos livros; os livros sobreviveram e a edição representa hoje cerca de 60% da riqueza da indústria cultural, sem receber apoios. Quase todas as outras atividades pedem às câmaras que os contratem para espetáculos ou ao Estado que lhes pague o que acham. Pensar pequeno para chegar mais longe, esse é o segredo. É a vida.

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Leonor Xavier reúne em ‘Rui Patrício. A Vida Conta-se Inteira’ (Temas e Debates) várias horas de conversa com o antigo Ministro dos Estrangeiros de Marcello Caetano. O resultado é um documento notável que ajuda a ler a história.

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FRASES

"Tivemos de ser bastante selectivos e exigentes nos contratos." Pres. Câmara de Albufeira, sobre as festas de Verão. Ontem, no CM.

"As analogias entre a política e o futebol são tão patéticas como chorar por Moutinho." Bernardo Pires de Lima, no blogue União de Fato.

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