julho 13, 2010

Blog # 649

O empresário Joe Berardo é um homem imparável. Conheci-o e sei-o bem. Não está para meias palavras, o que é uma vantagem em Portugal. Ontem, por exemplo, e a propósito do seu museu e dos cortes no orçamento da cultura, lançou um aviso ao governo: “Existe um acordo que tem de ser respeitado.” O problema dos acordos é que têm sido rasgados sucessivamente e já ninguém parece lembrar-se do que disse ontem, ou do que prometeu em campanha eleitoral, ou do que anunciou em clima de disparate. O próprio empresário, anteontem, lançou a ideia de o Estado “nacionalizar tudo e começar tudo de novo”. Deve ser ironia, a menos que as suas empresas estejam a salvo ou queira vender baratos, ao Estado, os direitos sobre a sua coleção de arte, por exemplo. Ou é só outro amigo do Estado?

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LIVROS DO VERÃO (6). ‘Brooklyn’, de Colm Tóibín (Bertrand) não é apenas uma história da emigração irlandesa para a América: é um fresco nostálgico sobre a iniciação, o fim da inocência e a saudade. Os irlandeses – tal como nós.

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FRASES

"No essencial é que não se pode cortar." Tiago Rodrigues, porta-voz da Plataforma do Teatro, sobre os cortes do Ministério da Cultura. Ontem, no CM.

"Dois mil e dez ficará como o ano em que voltámos a cortar as calças de ganga para fazer calções." Tiago Cavaco, no blogue Voz do Deserto.

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