julho 14, 2010

Blog # 650

Há de vir o dia em que a cultura não significa apenas espetáculo, financiamento, palco – mas há de ser vivida como parte do dia de cada um. Por necessidade. Por absoluta falta. Porque a cultura (a literatura, a música, a pintura, o cinema, o teatro, a língua, a paisagem, as ruínas do tempo, o património invisível) tem uma relação estreita com a felicidade e a infelicidade. Não é apenas um gueto de atividades catalogadas na ‘programação cultural’ – é, também, elegância, espírito do tempo, negação do tempo, memória, transigência. E mesas de café. Esplanadas. Contemplação. Distância. Viagem. Coisas que não se entendem. Coisas sem explicação. Vidas sem geometria. Uma respiração. Uma representação, um eco, um silêncio. Uma inspiração para coisas perfeitas e impossíveis.

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LIVROS DO VERÃO (7). G.K. Chesterton traduzido por Miguel Serras Pereira: ‘O Homem Que Era Quinta-Feira’ (Relógio d’Água) – uma ironia brutal e cruel. O seu riso ouve-se mesmo muito depois de tudo ter acontecido.

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FRASES

"Diego sofre de melancolia compreensiva, mas não teve qualquer recaída no consumo de drogas." Alfredo Cahe, médico de Maradona. Ontem, no CM-online.

"Faltam canetas? Pagamos às prestações. Cadeiras estão estragadas? Agências de crédito rápido." Tiago Moreira Ramalho, no blogue A Douta Ignorância.

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