setembro 29, 2010

Blog # 705

‘Freedom’, de Jonhathan Franzen, foi anunciado como o grande romance americano da década. Comecei a folheá-lo num voo sobre o Atlântico que nos separa da América, mais do que da sua cultura – o retrato não é assim tão genial, mas é conhecido: uma classe média triste, desiludida ou apenas pantomineira e imatura, a viver nos subúrbios, como nos livros de Updike ou Yates. O que é curiosa é a sua, digamos, “mensagem”: os grandes valores americanos foram sendo destruídos e falta “espiritualidade” (visível na crítica de Franzen aos seus próprios personagens) à vida dionísiaca dessa classe média. É um retrato da geração que toma comprimidos para impedir o caos da sua vida, ou que sucumbe diante da necessidade de fazer escolhas. Lá como em outro lado, a vida não esta fácil.

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“Tudo tem a sua lei onde adormece./ Ainda hoje assino/ Esta sentença simples sobre essa Natureza”, lê-se no novo livro de Armando Silva Carvalho, ‘Anthero Areia & Água’ (edição Assírio & Alvim), poesia no gume de uma lâmina.

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FRASES

"Somos lavradores ao volante de um SLK, pastores num spa e peixeiras em qualquer discussão." Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado.

"Estamos a viver numa bolha de consumo. Pelo menos nos EUA e na Europa." Oliver Stone, ontem, no CM.

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