outubro 07, 2010

Blog # 711

O Prémio Nobel da literatura é, cada vez mais, um prémio residual e muitas vezes atribuído por motivos não literários. Philip Roth é ‘inferior’ a Elfried Jelinek? Jorge Luis Borges não merecia o Nobel, ao contrário de Dario Fo? Todos os anos repetimos estas perguntas e a Academia Sueca vota em quem lhe apetece – cumprindo o dever, imune a críticas, mesmo que sejam justas. Dos nomes que este ano circulam como prováveis candidatos, há nomes impensáveis, há alguns admissíveis e outros que são repetentes. O problema é que a literatura não obedece às determinações das ‘estrelinhas dos críticos’ nem às embirrações de académicos suecos que, naturalmente, não leram tudo. Por isso, amanhã, entre as onze e o meio-dia, repete-se a emoção habitual. Ou não. É como nos livros.

***

Edna O’Brien é um pequeno milagre irlandês. O seu romance ‘Raparigas de Província’ (‘Country Girls’), agora publicado pela Relógio d’Água, é um bálsamo que não nos cura da infelicidade, mas que suspende o ruído. Uma pérola.

***

FRASES

"Os miúdos sabem quem são Batman e Che Guevara , mas nem sonham com Gonçalo Mendes da Maia." Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado.

Etiquetas: