outubro 08, 2010

Blog # 712

Era inesperado – mas não deixou de ser uma confirmação: Mario Vargas Llosa é um dos grandes criadores da literatura contemporânea. Do primeiro ao último livro, passando por esses dois momentos maiores que são ‘A Guerra do Fim do Mundo’ (uma narrativa revolucionária sobre as revoluções perdidas da América) e ‘A Festa do Chibo’ (uma anatomia do poder, do caudilhismo e da ditadura), sem mencionar ‘Conversa na Catedral’, Vargas Llosa nunca deixou de ser o centro de uma erupção cuja lava tanto comoveu os leitores como chocou os burocratas ideológicos – ou por não se ter comovido com o comunismo em Cuba, ou por achar que a América Latina merecia destino melhor. Há muito que o Nobel também merecia um autor assim para dignificar um prémio que nos devia alegrar a todos.

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Mais do que imagens: uma comoção imperfeita, a de ver ‘Terezín’, de Daniel Blaufuks (edição Steidl/Tinta da China), uma espécie de resposta ao desafio colocado por W.B. Sebald. Blaufuks é um dos nossos expoentes.

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FRASES

"Ele ficou muito, muito feliz e muito comovido." Peter Englund, secretário permanente da Academia Sueca, sobre Vargas Llosa. Ontem, no CMonline.

"Tem sentido de humor, filigrana técnica e compreensão rara dos derrotados da história." Luís Naves, no blogue Albergue Espanhol.

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