outubro 11, 2010

Blog # 713

François Mauriac completaria hoje 125 anos. A minha geração ainda leu livros como ‘O Deserto do Amor’ ou ‘O Ninho de Víboras’ – foram publicados nos anos setenta e a revolução varreu-os. Mauriac também sofreu desse mal em França e, apesar de o Nobel lhe ter batido à porta em 1952, os primeiros anos do pós-guerra foram-lhe difíceis, perseguido pela esquerda. Era um escritor de posições dilaceradas pela dúvida, o que não ia bem com os tempos. Nos seus romances (escrevia com delicadeza), são centrais essa dúvida e os dramas espirituais, individuais e familiares (depois da morte soube-se que teve paixões homossexuais). Foi um polemista político que amou a França do seu tempo, culta e conservadora (o Maio de 68 colocou-o na lista dos inimigos). Valia a pena voltar a lê-lo.

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O livro de Ingrid Betancourt, a política colombiana mantida em cativeiro durante anos pelas FARC, leva o título ‘Não Há Silêncio que Não Termine’ – será publicado em Portugal no início do próximo ano pela editora Objectiva.

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FRASES

"Este tem sido um ano em que sinto uma criatividade especial." Katia Guerreiro, ontem, no CM.

"A ‘minha pessoa’ não suporta ler […] a expressão ‘lê-se como um romance’." Tiago Moreira Ramalho, no blogue A Douta Ignorância.

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