outubro 15, 2010

Blog # 717

Os tempos vão maus para falar de excedentes. A Cultura tem sido um excedente para José Sócrates, uma espécie de coroa de flores que se convoca nos momentos solenes, e cujos “agentes” é preciso cativar porque roubam votos se se deixam à solta a debitar queixas nos jornais. No restante, cabe-lhe 5% no Orçamento, menos do que as operações de propaganda. Com o novo orçamento (e com o aumento de 17% no IVA de bens essenciais), há mais cortes, necessariamente. Compreende-se. O problema nem é esse – é mais a função decorativa e a promessa, feita no segundo mandato de Sócrates, de que “haveria mais dinheiro” e “mais investimento”. “Mais dinheiro” é a solução medíocre para todos os problemas; “mais investimento” é apenas uma patifaria que nunca se cumpre. A mentira é a mesma.

***

É já este mês que a Gradiva publica o III volume da ‘História da Cultura em Portugal’, de António José Saraiva, dedicado às ‘navegações e à origem da mentalidade científica em Portugal’. Faz-nos muita falta, António José Saraiva.

***

FRASES

"O governo pretende o chumbo do Orçamento do Estado e a vinda do FMI. Convém-lhe." Paula Teixeira da Cruz, ontem, no CM.

"Consta que o país vai mal: et alors?" No blogue O Jansenista.

Etiquetas: