novembro 17, 2010

Blog # 739

No fim do seu primeiro mandato, José Sócrates reconheceu que era preciso "mais investimento na cultura". A palavra "investimento" é uma espécie de cura para todos os males quando não há ideias – mesmo quando não há dinheiro ou, sobretudo, quando ele está a faltar. A crise económica (para abreviar) obrigou a cortes indispensáveis, mas Sócrates desautorizou-os (e à ministra da Cultura) porque tem medo da impopularidade. Está no seu direito, e é inteiramente legítimo que um político escolha as suas prioridades e a forma de enganar as sondagens. É uma longa procissão de dinheiro mal gasto, de falta de cumprimento de promessas e de palavras ocas. Não houve "mais investimento" nem poderia haver. Os agentes culturais bem podem protestar. Sobretudo contra a pobreza de espírito.

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