dezembro 03, 2010

Blog # 750

Trinta anos depois da sua morte (assinalados amanhã), a figura de Francisco Sá Carneiro continua a exigir interpretações e a suscitar discussões sobre o seu legado. Não admira: a morte fez dele um elemento essencial da nossa cultura trágica embora, na época, tivesse sido alvo de todos os moralistas, à esquerda e à direita. Antes dos outros exigiu que os militares abdicassem do poder; antes dos outros disse-se “não-socialista”; também não teve receio de ferir as suscetibilidades e os lugares-comuns dos tempos da revolução. Com ele, talvez a direita não fosse tão conservadora nem a esquerda tão segura de si. Pertence a uma época em que os primeiros-ministros podiam ser cultos, visionários, atrevidos, corajosos – e ter mundo. Um homem de combates não podia agradar a todos.

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As mais recentes crónicas de Fernanda Câncio estão publicadas em ‘Sermões Impossíveis’ (Tinta da China) – a de que mais gosto é ‘Elogio das Pispinetas” e pode aplicar-se, com justiça, à autora. Fazem-nos falta as pispinetas.

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FRASES

"São tantas empresas públicas na órbita do Governo que eu pergunto: o Governo, serve para quê?" Vasco Lobo Xavier, no blogue Mar Salgado.

"Não me senti confortável nas cenas de sexo. O que posso fazer? Fico nervosa." Jessica Alba, ontem, no CM.

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