dezembro 21, 2010

Blog # 762

Os romances de Francis Scott Fitzgerald podiam ter sido escritos sobre o nosso tempo – ou melhor, para o nosso tempo. A decadência, as ilusões sobre o amor e a glória, a dor da perda ou o falhanço tremendo de uma geração são ideias que atravessam os seus livros e os melhores dos seus contos (como ‘O Curioso Caso de Benjamin Button’, recentemente adaptado ao cinema). Assinalando-se hoje setenta anos sobre a sua morte, recomendo ‘O Grande Gatsby’, um prodígio de arte e de invenção criadora. ‘Terna É a Noite’ ou ‘Este Lado do Paraíso’ são leituras que reconstituem a época; muito contemporâneas e instrutivas. Mesmo a sua biografia, com essas vastas zonas de tristeza, é uma antecipação dos tempos que correm. Poucos como ele deixaram um risco tão definitivo no nosso coração.

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A Cotovia acaba de lançar uma bela coleção que ficará na história, dedicada ao judaísmo, a Judaica. Títulos iniciais: Marx, Primo Levi, Moacyr Scliar, Bernardo Sorj (notável, notável). Uma grande coragem, a do editor André Jorge.

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FRASES

"Os putos respondem sempre a uma pergunta com outra: qual foi o primeiro rei de Portugal?" GAF, no blogue O Vermelho e o Negro.

"Despedir não é o problema económico de Portugal. A tragédia é o desemprego." Armando Esteves Pereira, ontem, no CM.

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