dezembro 31, 2010

Blog # 770

Começar de novo. Começar desde o princípio, começar como se não houvesse nada antes e houvesse tudo depois. A fantasia de um “ano totalmente novo” ameaça-nos todos os anos mas faz pouco por nós. Como será o ano de 2011? A ameaça da economia pode ser dilacerante, mas merecemo-la; é um ano de grandes escolhas, mas também na cultura, na política, na vida das pessoas reais. São dores de crescimento. As grandes mudanças que a Europa fez durante décadas, no pós-guerra, foram aceleradas em Portugal – sem treino nem recuo. A fatura é cruel mas pode ser decisiva, porque nos obrigará a confrontar as nossas possibilidades com os nossos desejos. Irá obrigar-nos a voltar para dentro, para uma vida mais modesta, onde o preço das ilusões terá de ser pago. É cruel? É. Mas é a vida.

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Esta é uma das minhas apostas para 2011: ‘O Assédio’, do espanhol Arturo Pérez-Reverte (edição da Asa, sai em abril). Pérez-Reverte é um magnânimo contador de histórias, um autor que navega entre os fantasmas da literatura.

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FRASES

"O Estado quer estatizar o ensino em Portugal." João Alvarenga, presidente da Associação do Ensino Particular e Cooperativo. Ontem, no CM.

"Gostar de mulheres que gostam de mulheres e que os homens gostem delas pode dar um desgosto." No blogue Ouriquense.

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