janeiro 04, 2011

Blog # 772

Havia uma grande contradição entre o rosto de Peter Postlewaithe (1946-2011, falecido no domingo) e a elegância rude do seu trabalho como ator. O rosto era duro, irregular e, como estava muitas vezes mal barbeado, nunca teria um fragmento da luz dos galãs do cinema. Não: Postlewaithe nunca seria uma beleza do cinema. Mas, em muitos dos papéis que representou, de ‘Em Nome do Pai’, ‘Jurassik Park’ e ‘Os Suspeitos do Costume’ a ‘Águas Passadas’, era esse rosto que marcava todo o filme. Eu gostava do seu trabalho, e acho que a sua voz era muito digna de Shakespeare (que representou). A sua rudeza era a de um homem maduro que não tinha que se justificar nem fingir romântico. O romantismo dos seus papéis vinha daquele ar perdido, como um mineiro inglês resgatado pelo ecrã.

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«Há coleções preferidas nas editoras? No caso da Assírio & Alvim, há. E essa coleção tem a presença, o mistério, a familiaridade e irrequietude de um gato.» A Gato Maltês comemora 30 anos neste mês de Janeiro. Mais do que felina.

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FRASES

"A corrupção é endémica na sociedade portuguesa." Paulo Pinto de Albuquerque, ontem, no CM.

"Já sei que este é o ano em que a crise nos vai lixar a todos, mas eu gostei do meu recomeço." Sara Figueiredo Costa, no blogue Cadeirão Voltaire.

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