janeiro 24, 2011

Blog # 786

A França vive um momento incómodo em redor da figura de Louis-Ferdinand Céline, o autor de ‘Viagem ao Fim de Noite’ ou de ‘Morte a Crédito’, certamente um dos dez maiores autores de língua francesa, conhecido também pelas suas posições políticas claramente antissemitas e por outras opiniões muito pouco recomendáveis. Cinquenta anos depois da sua morte, a França recusa-se a admitir o seu nome entre as glórias literárias nacionais. Faz mal. Céline era, politicamente, um desgraçado próximo da abjeção. A sua arte mantém-se, porém, no pódio das realizações culturais da língua francesa. Assim, os judeus e as vítimas do antissemitismo transformam-se em censores involuntários de Céline. O verdadeiro antissemitismo vive-se nas ruas de França, não nos nomes da sua literatura.

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A Dom Quixote continua, felizmente, a publicar poesia – ‘Desobediência’ é a novíssima reunião de poemas (a ‘obra completa’) de Eduardo Pitta, a publicar dentro de duas semanas. Um excelente poeta a redescobrir e a reler.

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FRASES

"Agora vou ter de dizer ao meu irmão que disse o que vou dizer: o bebé não tem mãe." Kátia Aveiro, irmã de C. Ronaldo. Ontem, no CM.

"Estou cada vez mais convencida de que a figura de Presidente da República não faz sentido." Fernanda Câncio, no blogue Jugular.

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