janeiro 31, 2011

Blog # 791

Graças à televisão sem censura, em direto, os combates nas ruas do Cairo eram vistos em todo o mundo. Através de telemóveis cujas imagens e textos não podiam ser censuradas pelas ditaduras do Médio Oriente, chegaram-nos relatos da raiva da “rua árabe”. Os caminhos da liberdade são estranhos, complexos e tortuosos, quando se cruzam com os da “política real”. Escritores como Naguib Mahfouz (prémio Nobel, 1901-2006) ou Alaa Al Aswany sabem o que é viver na corda bamba, entre a ditadura de Moubarak, herdeira da de Nasser, e os radicais islâmicos (chefiados por Yusuf Qaradawi, líder da Irmandade Muçulmana) que os perseguiram e condenaram à morte. Os intelectuais liberais do Egito temem que a “festa da rua” abra as portas a uma nova ditadura. Os labirintos são sempre assim.

***

Ironia das ironias, a Civilização terminou o ano de 2010 a publicar ‘Cairo Novo’, de Naguib Mahfouz – em época de tempestade, convém ler o único Nobel de língua árabe. Mais do que atual, um grande romance para ler o Egito.

***

FRASES

"O ministro aguarda tranquilamente a conclusão do inquérito. Parece que nada é com ele." Joana Carvalho Dias, no blogue Os Tempos e as Vontades.

"A campanha eleitoral já terminou." Augusto Santos Silva, ministro da Defesa, ontem, no CM.

Etiquetas: