fevereiro 03, 2011

Blog # 794

Não se sabe o que está a acontecer no Egito, o reino onde as sombras se movem rapidamente. As opiniões sobre o assunto não fazem supor um grande conhecimento da literatura do outro lado do Mediterrâneo, que pode ajudar a explicar algumas tempestades. Naguib Mahfouz (1911–2006, Nobel em 1988), foi perseguido pelos radicais islâmicos como um perigoso liberal e é um autor extraordinário. Yussuf Idris (1927–1991), ao contrário de Mahfouz, não está publicado em Portugal, mas o seu mais belo livro é ‘Cidade de Amor e Cinzas’, o que pode ser uma metáfora para os dias que se vivem hoje no Cairo. O mais novo deles é Alaa Al Aswany, autor de ‘Os Pequenos Mundos do Edifício Yacoubian’, uma pérola que devíamos ler para não ceder às patetices que estão a ouvir-se por todo o lado.

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Regresso aos ensaios: profundos, belíssimos, os de W.G. Sebald (edição Teorema), sobre a literatura centro-europeia. ‘Pátria Apátrida’ é uma boa designação para o que também pode ser a própria literatura. Uma boa descoberta.

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FRASES

"Se o crime tivesse sido em Portugal, [Renato Seabra] ainda estava à espera da acusação." Manuel Catarino, ontem, no CM.

"O tribunal facultou à imprensa toda a documentação relacionada com o crime." Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura.

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