fevereiro 14, 2011

Blog # 801

Recordo as imagens de ‘Perto da Vista’, livro que a Imprensa Nacional publicou em 1984, e a surpresa diante das fotografias de Gérard Castello-Lopes (1925-2011). Vi-as depois, aqui e ali: um prodígio de composição, de luz, de elegância. A sua morte (no sábado, em Paris) foi tão longínquo como o seu próprio desprendimento em relação à fotografia, em que se identificava o traço de ligação a Cartier-Bresson. Gérard Castello-Lopes era também emblema de uma geração ligada ao cinema, à perplexidade e à melancolia. Os seus textos sobre fotografia, publicados em ‘Reflexões sobre a Fotografia’ (publicado pela Assírio & Alvim há sete anos), dão parte desse cruzamento. Nenhum dos seus retratos deixam um rasto de indiferença; pressente-se um rumor, um gesto, um mundo à espera.

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Preparem-se para horas de perfeição: acaba de sair ‘Bufo & Spallanzani’, o segundo romance Rubem Fonseca na Sextante. Se há um nome para o talento e a ironia na nossa língua, é este: Rubem Fonseca. Estão à espera de quê?

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FRASES

"Há em Portugal muitas pessoas para quem os princípios ainda são essenciais." Teresa Lago, cientista. Ontem, no CM.

"A intelectualidade portuguesa nunca dispensou a sobranceria. E um enorme desprezo pelo povo." Luís Naves, no blogue Albergue Espanhol.

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