março 10, 2011

Blog # 819

Ontem, no seu discurso de tomada de posse, o Presidente da República, utilizou várias vezes a palavra “cultura” sem se referir, exatamente, à “cultura”. Fez bem, até porque o seu discurso foi incisivo, claro e com palavras precisas, longe do tom “redondo” com que os presidentes normalmente falam. Também tem razão quando diz que “esta cultura” (do acomodamento, do favorecimento, da promiscuidade entre Estado e grandes companhias) tem de acabar. Alguns dos seus recados têm endereço certo; outros, dirigem-se a todos. Mas há uma coisa definitiva, no fim de tudo: alguma coisa tem de mudar, e rapidamente, para que seja possível respirar sem ambiguidades. Até nos “meios culturais”, se quiserem. Mais criatividade e menos servicinho. Mais arrojo e menos dependência. Não era mau.

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Um dos autores com uma obra mais multifacetada, distribuindo-se pela crítica, ensaio, teatro e ficção, Miguel Real publica, na Esfera dos Livros, uma ‘Introdução à Cultura Portuguesa’, prefácio de Guilherme de Oliveira Martins.

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FRASES

"Francamente, não julguei viver para ver gente nova (enfim) a exigir vínculo ao Estado." Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura.

"Não posso viver mais assim. Tenho muito medo. Sei que um dia ele pode matar-me." “Susana”, sobre o ex-marido, que o tribunal libertou depois de a ter agredido a ela e a 2 militares da GNR. Ontem, no CM.

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