março 14, 2011

Blog # 821

A ministra da Cultura tem alguma razão quando diz que é bom os “jovens criadores” saírem do país e ficarem lá fora “muitos anos”. Politicamente, a frase é suicida (“Vão e demorem muitos anos!”), mas um mínimo de bom-senso há-de mostrar-nos a sua razoabilidade. Sair do país tem vantagens. Em primeiro lugar, “os jovens criadores” hão-de descobrir que não podem viver com decência se estiverem dependentes do apoio flutuante e condicional do Estado, geralmente a troco da sua liberdade; depois, aprenderão que tanto a sobrevivência como o reconhecimento dependem de um trabalho exigente e muito duro; finalmente, hão-de perceber que um pouco de ar puro só lhes faz bem e lhes dará outra perspetiva sobre o país e sobre eles mesmos. Ao longo da história foi isso que nos salvou.

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Amanhã, no Instituto Camões, ao fim da tarde, é o lançamento de ‘O Trompete de Miles Davis’, de Francisco Duarte Azevedo (Planeta). O autor, diplomata, já foi cônsul em Newark, onde decorre a ação do livro – um policial bem balançado.

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FRASES

"Os portugueses continuavam a ser espremidos, mas os portugueses gostam de ser espremidos." João Pereira Coutinho, ontem, no CM

"As lideranças políticas da direita têm muito trabalho de pedagogia política por fazer." Miguel Morgado, no blogue O Cachimbo de Magritte.

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