abril 04, 2011

Blog # 836

Numa pequena entrevista publicada no ‘The Guardian’, Martin Amis diz que “é necessária alguma inocência para se ser romancista”. Ninguém diria, à primeira vista, depois de ler ‘A Viúva Grávida’, o seu romance mais recente, uma espécie de reconstituição dos mitos sexuais e da eterna juventude dos anos setenta. Mas, pensando bem, faz todo o sentido; há na arte de contar histórias uma inocência que nos salva. Não tem a ver com bons sentimentos, nem com a inocência angelical, coisas que se reservam para a moral e não para a literatura – mas com o fato de acreditarmos, que ‘aquela’ história pode atingir o coração dos leitores, servir de conforto e de perturbação. Só um grande escritor pode dizê-lo assim, como se a literatura ainda valesse alguma coisa no coração das pessoas. *** O Festival Literário da Madeira terminou em apoteose: boa organização, muito público, boas intervenções, promessas de novas edições. Em três dias, o Funchal entrou para o mapa dos festivais. Parabéns à Booktailors e à Nova Delphi. *** FRASES "...a indiferença geral dos portugueses perante ‘o estado a que isto chegou’." João Pereira Coutinho, ontem, no CM. "Portugal só terá as mudanças necessárias quando um PM quiser governar contra o seu partido." Henrique Raposo, no blogue Clube das Repúblicas Mortas.

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