junho 03, 2011

Blog # 880

Um dos problemas portugueses é a falta de números credíveis. Alguém avança com as estatísticas da economia, da cultura, da educação – e logo uma voz começa por desmentir a possibilidade de esses números estarem, vá lá, certos. A verdade é que nenhum país consegue estudar-se, definir-se, imaginar-se, sem números que possam desenhar as várias realidades do território, das cidades – da ‘sociedade’. A ONU acaba de distinguir, por isso mesmo, o Pordata, o sítio de estatísticas mantido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, dirigida por António Barreto. É por isso notável que, apesar da existência do Pordata, os portugueses continuem a alimentar ilusões sobre a sua história recente. Os números podem não explicar tudo mas, certamente, ajudam a estabelecer a base de tudo.

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Passados meses sobre os acontecimentos da Praça Tahir, no Cairo, a Tinta da China publica a crónica desses dias tumultuosos e voluntariosos, vividos por Alexandra Lucas Coelho – a revolução é uma fogueira incerta e flutuante.

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FRASES

"Isto vai durar mais três dias; depois volta ao princípio. É o destino." L. N. Gomes, no blogue Marear.

"Porque não meter o filme debaixo do braço e levá-lo pelo País?" João Botelho, sobre ‘O Livro do Desassossego’, ontem, no CM.

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